Uma planta química vertical – gêmea de outra construída na China

A nova unidade da empresa no Brasil, em Camaçari (BA), com investimentos de € 500 milhões, nacionaliza a produção de ácido acrílico

 

Inaugurada no dia 19 de junho deste ano, a nova unidade industrial da Basf no Brasil, o complexo acrílico, no Polo de Camaçari (BA), é o maior investimento já feito pela empresa na América do Sul e emprega 230 trabalhadores. Foram mais de € 500 milhões aplicados nas novas instalações, que têm capacidade para produzir 160 mil t de ácido acrílico por ano.

 

Ali dois produtos da cadeia de valor do ácido acrílico são produzidos: polímeros superabsorventes, utilizados na fabricação de fraldas para bebês e de outros itens de higiene, e acrilato de butila, base de produtos químicos para construção e tintas decorativas.

 

“Este complexo vai garantir o abastecimento nacional e regional de produtos que atualmente são importados”, destaca Ralph Schweens, presidente da Basf na América do Sul. A multinacional acredita que a nova unidade vai impactar positivamente a economia local, incentivar o investimento e a inovação na região e atrair novas empresas para o polo.

 

Intercâmbio

A unidade de Camaçari segue modelo de outras fábricas da Basf no mundo, mas se liga mais intimamente com o complexo acrílico NASA, em Nanjing, China. A construção do projeto chinês da Basf foi anunciada simultaneamente à de Camaçari, com o mesmo investimento de € 500 milhões – as obras se iniciaram em março de 2012 em Camaçari. Um diálogo entre as duas equipes encarregadas das construções foi então mantido, sobretudo pela intervenção da WorleyParsons, a gerenciadora global das empresas atuantes nas duas plantas.

 

A planta da Basf em Camaçari se subdivide em três grandes áreas: o GAA (para produção do ácido acrílico); o SAP (para produção de polímeros superabsorventes); e o BCI (unidade fabril de acrilato de butila). Uma estrutura se destaca no processo: a coluna C310, conjunto feito de aço inoxidável, onde se purifica o ácido acrílico. Tem 456 t de peso, 62,4 m de altura e 8,9 m de diâmetro e levou cerca de um ano para ser produzido na China, de onde veio para o Brasil de navio e, até o sítio de Camaçari, sobre veículo ultrapesado. O posicionamento da C310 no sítio foi outro capítulo importante na execução do empreendimento, pois exigiu plano de rigging próprio, com dois guindastes (um capaz de içar 1.350 t e outro para até 40 t) atuando conjuntamente.

 

De fato, do ponto de vista da engenharia, a obra em Camaçari pode ser caracterizada como aérea. No pico, 5 mil trabalhadores colaboraram nos canteiros com o auxílio de 40 guindastes. Plataformas elevatórias, posicionadas a 16 m, 24 m e 42 m de altura, deram suporte à montagem das grandes estruturas. Um trabalho feito com a liderança da Niplan e para o qual não houve registro de nenhum acidente com perda de tempo.

 

Obra aérea contou com auxílio de 40 guindastes nos canteiros de obras
 

De acordo com José Aparecido Garcia, da Niplan, a profundidade da relação entre a sua empresa, responsável pela montagem eletromecânica, testes e pré-comissionamento da planta, a australiana WorleyParsons, gerenciadora da obra, e a Basf, foram essenciais.

 

“Foi necessária grande interação para o atendimento dos elevados padrões de qualidade e segurança que um projeto deste tipo exige, já que alguns equipamentos são exclusivos, sendo necessária total atenção para sua instalação”, destaca o engenheiro da Niplan.

 

Willi Naas, vice-presidente de infraestrutura da Basf para a América do Sul, resumiu a diretriz do investimento: “Com certeza estamos implantando em Camaçari a planta mais moderna do Brasil nesse setor”.

 

 

Ficha Técnica – Complexo Acrílico Basf em Camaçari (BA)

 

– Localização: Polo Industrial de Camaçari (BA)

– Área total do terreno: 148,37 mil m2

– Investimento total: € 500 milhões

Gestão da obra: WorleyParsons

– Serviços complementares de construção civil, montagem de estruturas metálicas, montagem eletromecânica, testes e pré-comissionamento: Niplan

– Construção civil: BCL e NM

– Transporte em solo: Megatranz

 

 

Fonte: Revista O Empreiteiro

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