Usina Solar da Mackenzie ajuda criar normas brasileiras para sistema fotovoltaico

Uma parceria entre instituição de ensino e empresa pode ajudar a garantir segurança na geração de energia solar no país. Com o investimento de R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais), sendo um milhão somente em equipamentos, a Universidade Presbiteriana Mackenzie, do campus Higienópolis, em parceria com a  Huawei Digital Power, lançou o Projeto “Inova Solar: Mackenzie – Huawei”, com um “Laboratório de Geração Fotovoltaica – Usina Solar” no meio urbano, no campus da instituição. 

O laboratório, que foi inaugurado em setembro, está sendo utilizado por alunos da disciplina de Geração de Energia, na graduação, pelo Programa de Geração Distribuída (ProGD), no qual os alunos podem estudar o comportamento do sistema em tempo real.

No entanto, o projeto, que foi criado para o desenvolvimento de pesquisas e inovações tecnológicas, vai além do objetivo da formação superior. Foi montado também um laboratório na Escola de Engenharia Mackenzie para testar os equipamentos utilizados nas instalações residenciais e comerciais, com relação aos dispositivos de segurança. A ideia dos testes, foi devido ao número de relatos e ocorrências de acidentes envolvendo a incidência de arcos voltaicos, após o crescimento do número de instalações de geração fotovoltaica.

“Inicialmente, era um projeto de pesquisa e inovação, porém, com o andamento, vimos a possibilidade também de atender as questões do desenvolvimento e estabelecimento de normas nacionais relacionadas a inversores solares, devido a necessidade do mercado. Vislumbramos então a possibilidade de ser um laboratório também voltado para certificações em segurança e eletricidade dos inversores”, explicou o professor da Escola de Engenharia (EE) da UPM e pesquisador integrante do projeto, Bruno Luis Soares de Lima, em entrevista à Revista O Empreiteiro.

Segundo Bruno, a maior parte das proteções existentes, embarcadas nos inversores comerciais e referenciadas nas normas nacionais, não apresentam a segurança requerida em normas internacionais em caso de arcos voltaicos. “Esse fator gera preocupação com a possibilidade de ocorrência de incêndios e intercorrências, envolvendo equipes de bombeiros na ação para apagar o fogo, bem como residentes e vizinhos à instalação. Grande parte das ocorrências de arco se deve a instalações precárias, com equipamentos sem dispositivos de segurança e ao baixo nível de formação técnica de equipes de projeto, manutenção e instalação”, salienta Bruno.

No Brasil, ainda não existem normas relacionadas a falhas provenientes de arcos fotovoltaicos que exijam a presença de dispositivos de segurança, como sistemas de desligamento rápido (rapid shutdown) e interrupção contra arcos elétricos (Arc Fault Circuit Interrup – AFCI).  

Pensando na falta de normas brasileiras, é que foi montado o laboratório na EE Mackenzie, para testar os equipamentos nas instalações. Houve um treinamento, por docentes do Mackenzie e bombeiros, voltado aos graduandos e profissionais graduados e, especialmente, para o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

Os bombeiros envolvidos no projeto participam da Comissão de Estudos Especiais 253 (CEE-253), grupo de trabalho que está elaborando a norma brasileira para os sistemas solares fotovoltaicos, na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).  Além dos trabalhos na ABNT, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), por meio do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), está incluindo a necessidade de proteções por AFCI em inversores fotovoltaicos vendidos no país. 

“Investir em pesquisas e projetos como esse é uma missão da Huawei, que apoia iniciativas que contribuem para a transformação digital. O setor de geração de energia solar está em uma crescente, e o ecossistema deve ajudar a adequar as normas e padrões para que a tecnologia esteja acompanhada da segurança”, comenta Andrey Oliveira, diretor de soluções da Huawei.

Equipe técnica do diretório de Engenharia Elétrica da Usina:

Professores pesquisadores:

Jorge Alexandre Onoda Pessanha

Bruno Luís Soares de Lima

Silvia M. S. G. Velázquez

José César de Souza Almeida Neto

Pesquisadores graduados:

Gabriel Galvão Matos

Alber Nascimento

Alunos de iniciação tecnológica da graduação:

Filipe Figueiredo Ramos

Maurício Rivereto de Jesus

Humberto Hoepfner Rivera

Pedro Henrique de Campos Ramalho

Victor Dyrjawoj

Matheus Brugnaro Valério

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