Uma das ações mais importantes e que geram mais esperança atualmente é um concurso chamado Morar Carioca que a prefeitura fez convocando 40 escritórios de arquitetos para fazer a urbanização total das favelas. Compromisso que não deve ficar pronto até 2016, mas que a prefeitura afirma que faz até 2020. Daí, se conclui que daqui há 50 anos a cidade terá uma estrutura de bairros onde hoje existem favelas.
Segundo Jorge Bittar, o programa pretende no prazo de 10 anos urbanizar integralmente todas as favelas da cidade do Rio de Janeiro. “Para isso estamos contando com recursos da própria prefeitura, do governo federal e do financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Também construímos uma parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ) para a contratação de escritórios de arquitetura que estão desenvolvendo simultaneamente projetos de urbanização em comunidades para 40 regiões da cidade”, informa.
“Neste momento temos uma frente de obras de urbanização muito intensa com investimento superiores a R$ 2 bilhões atendendo a favelas situadas praticamente em todas as áreas da cidade. Entre estas localidades temos, por exempl,o a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, os complexos do Alemão, de Manguinhos e do Turano, situados em Bonsucesso, Manguinhos e Tijuca, o Morro da Providência, na Gamboa, Babilônia e Chapéu Mangueira, no Leme” diz o secretário.
O Morar Carioca, além das obras de urbanização, prevê investimentos sociais profundos nas comunidades com a implantação de creches, escolas, unidades de cultura, de inclusão digital e de saúde.
“Então nós estamos falando de uma providência fundamental para a cidade, que é tornar funcionais, dignos e com qualidade, os espaços que foram ocupados espontaneamente e desregradamente e que hoje são seiscentas e tantas favelas na cidade do Rio. O programa Morar Carioca é exatamente a flecha que direciona para onde a gente vai, para esta cidade do futuro e com qualidade. O que é fundamental na questão da habitação é que ela tem como ser resolvida”, diz o arquiteto Alfredo Britto.
“Há um clima muito positivo”, diz o secretário Jorge Bittar. “Depois de cerca de três décadas de estagnação, de retrocesso econômico e social na cidade do Rio de Janeiro, nós vivemos um momento mágico de grande incremento na atividade econômica em todas as áreas, inclusive nas de serviço e de turismo. Nossa rede hoteleira está com a capacidade absolutamente preenchida para os próximos meses e anos. Há um crescimento muito grande na atividade turística no Rio de Janeiro, no turismo de negócios. A cidade é um importante centro da indústria de petróleo e gás no país, seguramente o mais importante centro desta atividade. O setor da construção imobiliária vive um momento de grande atividade, inclusive os investimentos em habitação popular, que nós estamos coordenando através do Programa Minha Casa Minha Vida que pretende até o final do ano que vem ter 50 mil unidades habitacionais desenvolvidas para a cidade. Tudo leva a crer que este processo de crescimento econômico e sustentável de geração de novos empregos, de melhoria da qualidade de vida e de melhoria das condições sociais da população mais pobre da cidade deverá se desenvolver de maneira sustentável para os próximos anos”.
O arquiteto Britto analisa: “Ter ruas dignas, bem iluminadas, bem finalizadas, bem tratadas, é o que importa. Infelizmente hoje ainda está tudo um desamparo completo. Então, para ter qualidade é necessário elevar o grau de cidadania. A responsabilidade das pessoas com a cidade é elevada a partir de quando a cidade é tratada com dignidade. Muita gente diz que ‘o metrô ninguém detona, estragam o trem da Central, mas não o metrô’, mas este tratou o cidadão com dignidade. Tratando o cidadão com dignidade recebe-se dele respeito, agora tratando-o com grosseria, com agressão, recebe o que se pediu – violência.
As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) não existem somente para combater a violência. Um dos principais desafios da UPP Social, segundo Ricardo Henriques do IPP, é articular os diversos trabalhos sociais desenvolvidos nas comunidades, tanto por órgãos dos três níveis de governo como por ONGs. “Só em relação aos três níveis de governo, há 237 programas em favelas, que são subdivididos em mais de mil ações. Algumas dessas ações são semelhantes e precisam ser coordenadas. Mais um desafio da UPP Social é o de educar e recuperar para a vida produtiva dos jovens que trabalhavam para traficantes, antes de as favelas onde moram serem pacificadas” comenta o presidente do IPP.
Região carioca que abrange 70 mil moradores, era considerada um quartel general do tráfico até sua desocupação há cinco meses. Ainda tomado pelo exército, o Complexo de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro é um exemplo disso. Além da redução da violência e do domínio dos traficantes, o conjunto recebe mudanças substanciais para a melhoria do lugar.
O início das operações do teleférico do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, está previsto para a última semana de maio, o que incluirá o conjunto de comunidades no roteiro turístico da cidade.
Segundo o governo do Estado do Rio, responsável pelas obras, o teleférico vai reduzir de uma hora para pouco menos de 20 minutos o tempo gasto para percorrer os extremos do complexo. O Estado vem testando a obra e experimentando as facilidades e potenciais turístico e de transporte do sistema como na visita do secretário de Estado do Comércio Exterior da França, Pierre Lellouche, e o vice-presidente da POMA (empresa francesa responsável por sistemas de elevadores a cabo em vários países), Christian Bouvier.
A população simples que enfrentava quilômetros de escadas para chegar em suas casas está contente. Com 3,4 quilômetros de extensão e seis estações nas 16 favelas da região, o sistema é modelar e revela o infeliz contraste carioca entre a miséria e a beleza.
Sistema em forte expansão
Inauguração
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Cidade
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Capacidade
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1972
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Curitiba (Brasil)
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562.000 passageiros/dia
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1993
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Paris (França)
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45.000 passageiros/dia
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1995
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Quito (Equador)
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246.000 passageiros/dia
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2001
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Bogotá (Colômbia)
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1.450.000 passageiros/dia
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2004
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Pequim (China)
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120.000 passageiros/dia
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2004
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Jacarta (Indonésia)
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140.000 passageiros/dia
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2005
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Cidade do México (México)
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260.000 passageiros/dia
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2007
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Istambul (Turquia)
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130.000 passageiros/dia
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2008
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Guadalajara (México)
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100.000 passageiros/dia
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BRTs planejados para o Rio
Corredores Estratégicos
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Áreas beneficiadas
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BRT TransCarioca
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