O maior contrato da Logos Engenharia no momento é a Terceira Pelotização da Samarco Mineração. Com investimento da ordem de US$ 1,1 bilhão, o projeto aumentará a capacidade de produção de pelotas de minério de ferro de 14 para 21 milhões t/ano. Para isso, será construída uma nova unidade de concentração em Germano (MG) e o terceiro forno de pelotização em Ponta Ubu (ES), além de 396 km de mineroduto, que atravessa 25 municípios em dois estados e une as duas instalações. A implantação foi iniciada em janeiro de 2005 e se estenderá até maio de 2008. “A Samarco nos contratou na fase de pré-implantação. Elaboramos o plano gerencial e depois ajudamos a desenvolver o plano de execução do projeto (PEP)”, diz Celso de Oliveira Azevedo Filho, diretor-técnico da Logos Engenharia. Ele explica que o plano gerencial é uma ferramenta que busca consolidar antes do início do projeto todas as estratégias de implantação envolvidas, definindo o planejamento físico da implantação, o dimensionamento dos recursos e a modalidade dos contratos, com metas a serem cumpridas. Compreende, por exemplo, a consolidação do orçamento de referência, da estratégia de fornecimento e modalidades de contratos escolhidas, como preço global ou custo unitário, do nível de risco a ser repassado para cada empresa fornecedora, do plano diretor dos canteiros de obras, da logística de armazenamento de equipamentos e materiais, das rotas de transporte de equipamentos etc. Fernando da Costa Cattapan, diretor-técnico da Logos Engenharia, explica que o plano gerencial vai evoluindo até que se chegue a uma versão final, de mútuo acordo entre gerenciador e cliente, criando um plano com as atribuições definidas. “Todos ficam conscientes dos riscos, dos esforços necessários e da mobilização de recursos envolvida. Quando o plano gerencial é estruturado, dificilmente a implantação do projeto enfrenta problemas”, comenta Cattapan. O escopo do contrato da Logos engenharia no projeto da Samarco é o gerenciamento da implantação do projeto, compreendendo o planejamento, programação e controle da implantação; apoio às ações de coordenação de engenharia; apoio às ações de suprimentos com o controle das contratações, fornecimento, interfaces e dos encerramentos dos contratos; gerenciamento dos trabalhos de construção, montagem e testes, supervisionando as empresas de construção e montagem, com programações e controles; além da administração dos contratos, supervisionando a qualidade, fabricação, controle de recebimento e coordenação de logística. A gerenciadora tem uma equipe composta por cerca de 20 profissionais trabalhando nas instalações da Samarco em Belo Horizonte, que coordena as que estão nos outros três sites, sendo um itinerante, se deslocando de acordo com o avanço das obras do mineroduto. “Nossos times nunca estão na sede da empresa, em São Paulo. Trabalhamos sempre próximos do cliente e geralmente abrimos um escritório no local, exclusivo para cada empreendimento, para que as equipes mantenham o foco apenas no projeto. Podemos ter vários escritórios em cada cidade”, diz Cattapan. Os dois diretores apontam a proximidade com o cliente e a presença nos sites como fundamentais para a atividade de gerenciamento. “O nosso gerente no site pode perceber um clima tenso nas equipes, um problema ambiental ou até o excesso de chuvas. Não existe gerenciamento teleguiado. É importante que os diretores atuem próximos aos gerentes e estes estejam presentes nos sites”, ressalta Cattapan. “O projeto da Samarco nasceu com a maturidade certa. Teve o plano gerencial, o PEP elaborado pela mineradora com o apoio da Logos e as devidas auditorias de maturidade do projeto. Em cada site temos times atuando em todas as atividades necessárias. O gerenciamento é muito dinâmico”, destaca Celso Azevedo Filho.
Pneus para automóveis
No segmento de construção industrial a Logos participa da implantação da unidade de produção de pneus da Bridgestone Firestone em Camaçari (BA). Com 67 mil m2 de área construída em um terreno de 1 milhão m2, a primeira fase da fábrica terá capacidade de produzir até 8 mil pneus por dia, destinados a carros leves e atendendo principalmente o mercado interno. Os custos de implantação da primeira fase chegam a US$ 250 milhões e sua conclusão está prevista para dezembro. A Logos foi contratada para gerenciar as obras e dar apoio gerencial à equipe de gerenciamento da Bridgestone. Seus serviços incluem a listagem e complementação de normas e procedimentos; planejamento e controle físico e financeiro dos contratos de obras civis e montagens eletromecânicas do empreendimento; acompanhamento do andamento cronológico dos projetos e suprimentos; fiscalização e controle da qualidade dos serviços de obras civis e montagens eletromecânicas do empreendimento; e coordenação de interfaces com empreiteiros.
Papel e celulose
A atuação da Logos neste setor teve como marco de partida sua participação no Projeto P2000, conduzido pela VCP, do Grupo Votorantim, entre 2001 e 2002. Atualmente, continua presente na VCP, dando apoio aos programas de expansão. No momento, o maior projeto da empresa no setor é a expansão que a Klabin está promovendo na sua unidade industrial Monte Alegre, localizada em Telêmaco Borba (PR). O projeto compreende a instalação da máquina de papel MP-09, dimensionada para a produção de 350 mil t anuais de papel cartão para embalagens de líquidos, elevando a capacidade da unidade para 1,1 milhão t/ano. Iniciado em março, o emprendimento deverá ser finalizado até fevereiro de 2008. Neste caso, a Logos foi contratada para dar apoio gerencial à equipe de implantação da Klabin, respondendo pelo: planejamento e controle dos trabalhos de implantação, incluindo a administração de cerca de 20 contratos (19 dos quais na modalidade EPC), relativos às diferentes ilhas de processo e necessárias integrações; coordenação da logística de apoio à implantação das obras e montagens; e monitoramento do Plano de Gestão de Riscos.
Petroquímica
Com investimento de US$ 169 milhões, a Petroquímica União (PQU) está ampliando sua capacidade de produção e adicionando novas alternativas de abastecimento de matéria-prima. O empreendimento inciado em janeiro de 2005 deverá se estender até dezembro de 2007 e contempla obras na Revap, para implementação de uma Unidade de Tratamento e Compressão de Gás Residual (UTGR), em São José dos Campos (SP); obras na Recap, para implementação de uma Unidade de Transferência de Gás Residual, em Mauá (SP); obras na faixa da Transpetro para implantação do duto de g&aacu
te;s, de aproximadamente 100 km, ligando a Revap a PQU; obras na Petroquímica União para implementação de uma Unidade de Processamento de Gás Residual (UPGR), obras de desgargalamento na PQU; upgrade tecnológico dos fornos; revamp de plantas de aromáticos; implementação das utilidades compatíveis com as expansões e melhorias citadas; interconexões com a Polietilenos União. Prestar serviços de apoio gerencial é o escopo da Logos nesse projeto. A empresa elaborou o plano gerencial, composto por planejamento físico básico e econômico-financeiro, diretrizes para a condução do empreendimento, planos de contratações e de canteiros de obras, modelo gerencial, estudo de riscos e também das vulnerabilidades da implantação.
Saneamento
Outro importante projeto no qual a empresa participa é o Tietê II, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Trata-se da segunda etapa do Programa de Despoluição do Rio Tietê, que tem como metas construir 1.200 km de redes coletoras, 33 km de interceptores e 110 km de coletores tronco, executar 290 mil ligações domiciliares, fazer o controle de poluição das indústrias e criar um programa de melhoramento operacional. O investimento é de US$ 400 milhões e o programa, iniciado em 2001, deverá ser finalizado em 2007. A Logos é responsável, em consórcio com outras empresas, pelo apoio de gerenciamento, planejamento e controle físico-financeiro do empreendimento, gerenciamento das obras (fiscalização de campo e acompanhamento da execução de obras civis e montagem de estações elevatórias de esgotos) e apoio às licitações. A empresa também participou da primeira etapa desse projeto, executada entre 1992 e 1998, que contou com investimento de US$ 1,15 bilhão, sendo US$ 450 milhões financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o restante oriundo de recursos da Sabesp. Este projeto foi uma etapa subseqüente ao Programa Sanegran e beneficiou 17 milhões de pessoas. Seus objetivos eram a ampliação da coleta de esgotos para 80 % da população da região e o tratamento de 60 % do esgoto coletado. “O Tietê I incluiu a expansão da capacidade da estação de tratamento de esgoto de Barueri, de 7 para 9,5 m3/s, a maior do País. Enfrentamos problemas não só com a estação, mas com as obras dos interceptores e coletores, porque interferem muito no dia a dia da cidade. Foi necessário também fazer a interface com cerca de 1.200 indústrias e demos apoio à Cetesb nesse trabalho”, lembra Cattapan. A complexidade não é menor no Tietê II. “Existe a interface com as comunidades e com a malha urbana, que inclui remanejamento de redes elétricas, adutoras, etc, além de mudanças de trânsito e questões logísticas. A obra pode até ser simples, mas as interfaces com concessionárias e soluções de interferências são complexas”, complementa Azevedo Filho.
Termelétrica
A Logos finalizou em fevereiro outro interessante projeto, nada usual, no qual participou como líder de contrato EPC: a relocação da UTE Breitener para a Manaus Energética. A termelétrica de 166 MW estava instalada em Maracanaú (CE) e foi transferida para Manaus, 5.700 km a Oeste. Além da distância e do prazo exíguo – apenas oito meses – existia ainda um complicador: a usina não seria simplesmente remontada em outro lugar, mas daria origem a outras duas termelétricas: Tambaqui e Jaraqui, cada uma de 83 MW. Toda a operação demandou um investimento de US$ 50 milhões e foi realizada por meio de um contrato do tipo DTM (Desmontagem, Transporte e Montagem), englobando fornecimento dos projetos necessários, desmontagem completa das instalações originais da UTE, transporte até Manaus, fornecimento de bens que não puderam ser reaproveitados da usina original, construção e montagem das duas termelétricas e gerenciamento do empreendimento. A logística dessa operação foi um dos pontos críticos. Os 10 grupos moto-geradores, cada um pesando mais de 300 t, foram transportados pelo Rio Amazonas em embarcações especiais. Felizmente, foi possível completar o transporte pouco antes da grave seca que atingiu a região. Um pequeno atraso teria comprometido totalmente o projeto, devido à impossibilidade de transporte fluvial. O restante dos equipamentos foi levado até o local por dois navios. Foram utilizados 250 contêineres para transporte de carga geral, com controle minucioso dos seus conteúdos, de modo a permitir a remontagem das peças depois, na ordem adequada. A Logos fez parte de um consórcio responsável pela implantação do empreendimento, desde a desmontagem até a operação comercial das duas usinas. As atividades compreenderam a elaboração da engenharia básica e detalhada, o fornecimento de equipamentos, a logística de transporte, a execução das obras civis e montagem eletromecânica, comissionamento e start-up da instalação, além de apoio para obtenção das licenças ambientais. A Logos, em consórcio, responde atualmente pela operação e manutenção das usinas.
Fonte: Estadão