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O que fez a diferença nos Jogos Olímpicos de 2012? A resposta foi dada durante o “I Workshop de gestão eficaz impacta nos custos e prazos de projetos e obras”, em palestra de Klaus Grewe. O engenheiro foi gerente de projetos sênior da Autoridade Olímpica de Londres (ODA) e sua principal atividade foi coordenar centenas de programas de construção no Parque Olímpico e de suas instalações para a Olimpíada realizada no ano passado.

De acordo com Klaus, 75% do orçamento de £ 9,1 bilhões dos Jogos foi destinado ao legado à população da região. Nesse cenário, o objetivo era fazer com que esses recursos fossem bem aplicados para realmente fazer valer a premissa de se fazer uma competição que tivesse efeito por décadas na região Leste de Londres, a mais atrasada do país e da Europa.

Klaus Grewe: Complexo olímpico foi entregue um ano antes do prazo

A ODA, criada pelo governo inglês, foi responsável pela infraestrutura de todo o evento. Segundo Klaus, a gestão total do ciclo, com mecanismo de controle eficiente, avaliando custo, mudanças ao longo do projeto, os riscos permanentes e o cumprimento do cronograma fez com que quase toda a infraestrutura dos Jogos estivesse pronta um ano antes do megaevento.

No workshop, Klaus explicou que havia uma base comum na web, em que todos os agentes envolvidos tinham acesso detalhado do escopo das centenas de iniciativas em andamento, ostatusde cada uma delas, identificação dos orçamentos, as responsabilidades de cada ente, as oportunidades e riscos existentes nas diversas empreitadas, e as contingências necessárias.

A solução tecnológica adotada para rodar esse imenso banco de dados foi a Oracle Primavera, ferramenta de engenharia e construção de missão crítica de gestão de muitos projetos ao mesmo tempo.

“Procurar alcançar resultados em tempo hábil, com concisão e informação apurada, a partir de uma fonte confiável, era fundamental”, explica. Em Londres, estava previsto para o legado a remoção da arquibancada superior do estádio olímpico, a retirada das arquibancadas laterais do parque aquático, a remoção total da arena de basquete, dentre outros itens, visando a adequar à nova realidade pós-Olimpíada.

Parque Olímpico de Londres em 2012 e o legado a partir de 2013

Terry D. Benett, diretor de Relações com Engenharia Civil e Construção Pesada da Autodesk, outro palestrante do exterior do workshop, analisou a necessidade de os projetos de infraestrutura “pensarem diferente” e que o BIM é um meio de refletir essa abordagem, possibilitando maior planejamento e gestão de projetos.

Terry D. Benett

O executivo ressaltou no worshop o processo BIM na “nuvem” (armazenamento de dados na rede, podendo ser acessados de qualquer lugar), que permite mobilidade e colaboração. O 3D, que impulsionou uma nova maneira de fazer arquitetura e engenharia, agregado ao conceito de BIM, cria “ilimitadas possibilidades, onde estiver e quiser”.

No entanto, aponta desafios no uso da ferramenta. Algumas delas referem-se à unificação do BIM com as ferramentas já existentes nas empresas; a geração da informação no banco de dados; a transformação dos arquivos de megabytes para terabytes; e transformação das soluções em 3D para o novo contexto, com amplo acesso de usuários.

Tablets chegam ao canteiro de obras

Em sua palestra no workshop, Erin Joyce, editora de tecnologia da revista norte-americanaENR – Engineering News-Record, destacou o quanto as ferramentas de tecnologia da informação crescem no canteiro de obras. A jornalista apresentou dados que apontam, nos Estados Unidos, que 97% das construtoras e 87% das subcontratadas já usamtabletsousmartphonesno trabalho em campo.

Erin Joyce

De acordo com dados de mercado, mais de 50% das empresas de construção e serviços investem em tecnologias móveis para acessar ao mesmo tempo arquivos de projetos em execução. E mais de 60% dessas empresas afirmam que o uso de ferramentas móveis em canteiros de obras tem impactado positivamente nos resultados.

Erin Joyce apresentou também casos destacados que utilizam equipamentos móveis na obra.

Na remodelação do aeroporto de Dallas, um dos principais dos Estados Unidos, sob a responsabilidade da Balfour Beatty, a utilização de iPads em tempo real possibilitou, de acordo com ela, “eliminar redundantes trabalhos e custos reprográficos e dar mais agilidade à solução de problemas”. No total, o projeto utilizou 170 iPads para comunicação do andamento do projeto entre contratante, construtora e subcontratadas.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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