Modernização da CMPC priorizou ganhos ambientais e cadeia de produção loca

O projeto do grupo chileno CMPC conhecido como BioCMPC tornará a planta da companhia em Guaíba (RS) uma das mais sustentáveis do Brasil no setor de celulose, além de aumentar em torno de 18% sua capacidade produtiva, o que representa acréscimo de cerca de 350 mil toneladas de celulose por ano. Atualmente o empreendimento possui mais de 80% das obras concluídas e a previsão é de que seja entregue até o final do ano.

Segundo a direção da CMPC no Brasil, a gestão de resíduos, tratamento de efluentes, emissões atmosféricas, sistemas de tratamento de gases e o gerenciamento ambiental são alguns dos parâmetros pelos quais a transformação da planta gaúcha da CMPC está sendo pautada. BioCMPC é um projeto lançado em 2021 e até hoje é o maior investimento privado da história do Rio Grande do Sul em sustentabilidade.

 O projeto BioCMPC foi cuidadosamente pensado com base no propósito da empresa: criar, conviver e preservar. A iniciativa surgiu a partir de estudos que identificaram oportunidades de melhoria nas questões de desempenho e eficiência ambiental da unidade. As intervenções do projeto estão divididas em ações relacionadas à implantação de novos equipamentos de controle ambiental e melhoria dos sistemas existentes, novas iniciativas com foco na gestão ambiental e ações de modernização operacional.

O empreendimento, que tem investimento de R$ 2,75 bilhões, contempla 31 iniciativas de melhorias divididas da seguinte forma: nove relacionadas à implantação de novos equipamentos de controles ambientais e o repotenciamento de sistemas já existentes; oito iniciativas voltadas à gestão ambiental; e 14 ações de modernização operacional. As 31 medidas que compõem o BioCMPC trarão grandes contribuições em produtividade e sustentabilidade não somente para a unidade de Guaíba, mas para o setor de celulose, uma vez que a planta se tornará referência em diversos temas relacionados ao meio ambiente.

 Entre os novos equipamentos de controle ambiental instalados está o precipitador eletrostático, que opera com eficiência superior a 99% no controle das emissões de material particulado, e a nova caldeira de recuperação, que permitirá um aumento da produção de energia limpa, além de possibilitar a eliminação de 60% das emissões de gases de efeito estufa com a substituição da atual caldeira a carvão.

 Com isso, a planta da CMPC no Brasil terá o melhor sistema de tratamento de gases do setor no País e um dos melhores do mundo. Outra medida que contribuirá com os indicadores de meio ambiente é o desligamento da caldeira de força a carvão e a instalação de uma nova caldeira de recuperação 100% limpa, que posicionará a unidade nos menores níveis de emissões atmosféricas das indústrias do setor no País. Merece destaque também a instalação de novos equipamentos de monitoramento de ruídos e melhorias nos sistemas de avaliação de efluentes. Para melhorar o conforto da comunidade em termos de percepção de ruído, a parede acústica pré-existente no limite sul da planta foi ampliada.

O conjunto de ações de gestão inclui também a criação de uma equipe de técnicos ambientais disponível 24 horas por dia, juntamente com novas ferramentas de monitorização de KPIs ambientais com envolvimento da comunidade, juntamente com um Centro de Controle Ambiental (CCMA) que permitirá melhorias importantes na gestão ambiental das operações industriais on-line, medida inédita no setor. De forma pioneira no Brasil, a CMPC lança o CCMA, espaço voltado a acompanhar de forma on-line a performance ambiental da empresa. A planta de Guaíba já é referência mundial em economia circular, reciclando 100% dos resíduos sólidos oriundos do processo industrial.

Com as medidas do BioCMPC, a empresa continuará sendo uma empresa zero resíduos, mas diminuirá consideravelmente o volume de material gerado (composto químico originado na caldeira de recuperação) e eliminará 100% os resíduos de cinzas. Também a construção do BioCMPC segue a lógica sustentável.

 Além da utilização de mão de obra e fornecedores locais, evitando a migração de pessoas de fora, foram evitados canteiros de obras na área de empresa, ou seja, a estrutura é instalada em local distante da unidade industrial para não gerar transtornos às comunidades vizinhas. Outro fator importante é que a mobilidade urbana na região não está sendo afetada, já que o ingresso de pessoas, máquinas e equipamentos é feito totalmente por um acesso privativo da empresa, uma via fora dos limites urbanos. O horário de trabalho também é restrito, com atividades de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Não há trabalhos à noite, finais de semana ou feriados. Um aspecto ligado aos princípios da economia circular tem a ver com os processos de demolição que foram realizados. Ao contrário de uma prática corrente, foi utilizado um desmantelamento minucioso das estruturas, tendo sido reaproveitados 89% dos materiais, mesmo com donativos que fizeram possíveis melhorias em escolas e sedes sociais de associações de moradores da região mais próxima. O grupo CMPC completou 100 anos de atuação em 2020 e conta atualmente com mais de 17 mil colaboradores em 46 unidades industriais de oito países da América Latina.

 Presente no Brasil desde 2009, a CMPC produz, por ano, cerca de 1,9 milhão de toneladas de celulose – matéria-prima utilizada na fabricação de produtos de higiene pessoal (tissue), de embalagens e de vários outros itens presentes no cotidiano das pessoas. Maior indústria do Rio Grande do Sul, conforme o índice VPG (Valor Ponderado de Grandeza), a companhia conta com 6,6 mil profissionais atuando em suas operações industriais, florestais e portuárias.

No ano passado, a multinacional chilena assumiu o controle das operações de três unidades industriais da Iguaçu Celulose e Papel. Com esse movimento, a CMPC passa a operar no Brasil com suas três linhas de atuação – a de embalagens sustentáveis (biopackaging) soma-se aos negócios de celulose, com a unidade industrial de Guaíba, e de Papéis Tissue, com a Softys.

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