Planta com assepsia total

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Uma obra desafiante, porque exige salas limpas Classe 100 ainda durante os trabalhos de construção no canteiro – para que os equipamentos que serão usados no processo produtivo sejam desembalados e montados -, enquanto prosseguem as atividades de acabamento, e também exige que os operários e técnicos tomem banho de jato de ar e usem roupas especiais para começar a trabalhar, empregando a mesma assepsia que será adotada pelos funcionários da indústria quando começar a produzir chips eletrônicos. Assim pode ser definido o rigor demandado pelo tipo de fábrica que a Racional está construindo em Porto Alegre (RS), liderando o consórcio que formou com a construtora Delta: a fábrica de semicondutores Ceitec – Centro de Excelência em Tecnologia Avançada, projeto do governo federal para atrair empresas do exterior para a fabricação deste tipo de tecnologia. Trata-se de uma fábrica e um centro de prototipagem de circuitos integrados, os mais modernos da América Latina, com um total de 15 mil m² de área, situados na Estrada João de Oliveira Remião, na capital gaúcha, em um terreno de 5,6 ha, dos quais dois terços serão ocupados pela edificações. São dois prédios interligados: o de Pesquisa e Manufatura, com 10 mil m², que abriga as salas limpas usadas na fabricação dos chips, e o prédio do Centro Operacional, com 5 mil m², onde funcionará o Núcleo de Design, local onde os circuitos integrados são projetados. As obras tiveram início em abril de 2005 e estarão concluídas em abril de 2007. Contratado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, o Consórcio Racional-Delta trabalha a partir de um projeto básico fornecido no edital de concorrência. Suas tarefas incluem as obras civis das edificações e as instalações das salas limpas e de utilidades, com complexos sistemas de climatização, filtragem e condicionamento do ar, de exaustão e monitoramento de gases e fluidos. “O grande diferencial deste projeto é a construção da sala mais limpa da América Latina para a manufatura de semicondutores”, diz Marcos Santoro, diretor executivo da Racional. O prédio de Pesquisa e Manufatura possui 1.900 m² de salas limpas, sendo 800 m² Classe 100 e 1.100 m² do tipo Classe 10.000, com 500 m² disponíveis para conversão para Classe 100 em uma futura expansão. O sistema de climatização, de 1.800 TRs de carga com ultrafiltragem (filtros Hepa e Ulpa), prevê 300 trocas de ar/h na sala limpa (Classe 100) e 60 trocas de ar/h na salas Classe 10.000. A execução dos prédios da manufatura e do centro operacional empregou os seguintes sistemas construtivos: hélice contínua para escavar as fundações, estrutura em concreto pré-moldado, painéis pré-fabricados, cobertura em estrutura metálica e pisos em concreto protendido. Concluídas as obras civis, está em curso a montagem dos sistemas eletromecânicos, que abrangem todos os processos industriais e as utilidades necessárias para o funcionamento da planta. Segundo Marcos Santoro, a construção, em um bairro próximo a universidades e área residencial, não criou impactos ambientais ou sociais no entorno. Os trabalhos apresentam baixo nível de ruído, e os efluentes e gases gerados serão tratados antes de serem descartados. (R.C.S.R.)
Fonte: Estadão


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