Montadora anunciou investimentos de R$ 1,7 bilhão para a produção de um carro híbrido flex, confirmando a ampliação no portfólio ‘verde’ da marca, revelou a Agência Reuters. Os recursos serão aplicados nas fábricas da Toyota em Porto Feliz, onde são produzidos motores, e Sorocaba, onde o novo modelo será montado. Comunicado ocorre um ano após a empresa decidir fechar a fábrica de São Bernardo do Campo, onde produzia peças fornecidas a outras unidades da montadora no Brasil e na Argentina.
O investimento será viabilizado pelo acordo da Toyota com o governo de São Paulo para a liberação de cerca de R$ 1 bilhão em créditos tributários gerados e acumulados em atividades principalmente de exportações do grupo japonês. A liberação dos recursos se dará ao longo dos próximos quatro anos e ocorre por meio do programa estadual ProVeículo Verde, que incentiva projetos de desenvolvimento de veículos menos poluentes com a liberação de crédito acumulado de ICMS.
Não foi divulgado qual será o veículo, nem quanto ele custará, mas que será um carro compacto com tecnologia híbrida flex: propulsor bicombustível, que funciona tanto a gasolina quanto a etanol, com motor elétrico, cuja bateria é autocarregada, ou seja, não precisa carregar na tomada. “Todos sabemos a importância do etanol na matriz energética brasileira. É uma solução muito prática, sustentável e acessível”, afirmou o presidente da Toyota no Brasil, Rafael Chang, durante o anúncio na sede do governo paulista. O executivo informou também que o carro será exportado para diversos países da América Latina.
Toyota foi a primeira no Brasil a lançar e produzir um carro com motorização híbrida flex, capaz de funcionar a bateria, gasolina e etanol. O modelo lançado foi o Corolla sedã, em 2019.
Atualmente há uma versão utilitária com essa motorização, o Corolla Cross. Se tudo sair dentro do cronograma, a previsão da empresa é lançar o novo carro no fim de 2024, iniciando agora os trabalhos de desenvolvimento de fornecedores e preparação da fábrica de Sorocaba. Os motores serão montados na unidade de Porto Feliz, com bateria importada do Japão.
Cerca de 700 empregos serão gerados nas duas cidades, segundo a companhia.
A opção por lançar um veículo compacto híbrido ocorre em um momento em que a maior parte da indústria no Brasil se concentrou sobre veículos mais caros, que geram margens melhores.
O governo federal tem discutido com algumas montadoras medidas que permitam a venda do chamado ‘carro verde de entrada’, ou um novo ‘popular’, que seria mais acessível à população e com tecnologia que reduza as emissões de poluentes.
“Tem que ser acessível, por isso que estamos trazendo neste momento um veículo compacto”, destacou Chang, conforme a Reuters.